sexta-feira, agosto 10, 2007

ALGUNS RELATOS - PARTE 2


Do relato do norte-americano Washington Dodge, 52 anos, passageiro da Primeira Classe e ocupante da cabine A34, com a esposa Ruth, 34 anos, e o filho Washington Jr., 4 anos:

(...) Notei que os motores pararam e, em seguida, ouvindo passos apressados no convés superior, exatamente sobre nossa cabine, achei melhor investigar. Parcialmente vestido, deixei a cabine e me encontrei com meia dúzia de homens, todos especulando a respeito do incidente. Enquanto conversávamos, passou por nós um tripulante, com pressa, e perguntei-lhe que tipo de problema tínhamos. Ele garantiu que não era sério, provavelmente uma avaria nas hélices.

(...) Para investigar melhor; fui ao convés A, onde um grupo de homens conversava animadamente. Um deles comentou que o impacto fora no gelo. Quando um dos outros lhe questionou a autoridade no assunto, ele replicou:
- Vá ao tombadilho da popa e veja por si mesmo.
Tomei eu a iniciativa de ir até o fim do convés A e, olhando para baixo, vi um sem-número de fragmentos de gelo perto da amurada de estibordo, o bastante para encher várias carroças.
Enquanto eu estava ali aconteceu algo que me fiz ter consciência de que o problema era sério. Dois fornalheiros apareceram no convés e um deles me perguntou:
- O senhor acha que há perigo?
- Perigo há se o navio fizer água - respondi -, e sobre isto vocês devem saber mais do que eu.
O homem tornou, alarmado:
- A água estava na sala da caldeira quando escapamos.
Neste momento, vi no tombadilho da popa que alguns passageiros da Terceira Classe se divertiam caminhando sobre o gelo e chutando-o. O iceberg eu não vi.

(...) Quando chegamos ao convés dos barcos, o primeiro bote de estibordo já estava pendurado nos turcos e ocupado por algumas pessoas. O oficial chamava mulheres e crianças para completá-lo, mas parecia difícil achar alguma que quisesse fazê-lo. Eu mesmo hesitava em embarcar minha mulher e meu filho, sem saber o que era melhor: que permanecessem no navio ou se arriscassem num bote que precisava descer quase 30 metros até a água. Enquanto os vestia com os coletes, ouvi a ordem do oficial:
- Lançar!

(...) Passada meia hora do lançamento do bote13, olhando para o navio, para a linha das vigias iluminadas, observeique estava muito inclinado para a frente e ia aumentando o grau da inclinação. Fiquei chocado. Ninguém no bote imaginava que fosse afundar.

(...) Com o desaparecimento do navio, um sentimento de solidão e uma profunda depressão se apossaram dos que estávamos no bote. Quase não falávamos, mas ouvi alguém dizer: “Podemos ficar aqui por muito tempo, até que nos achem”. Nós nos ocupávamos, incansavelmente, em esquadrinhar o mar em busca da luz de outro navio.

3 comentários:

Anônimo disse...

xocante os relatos

vlw capitao

abçsss

Anônimo disse...

sinistraaaaaaaaaaaaaa a musika

O.o

moh show

o/

parabens capitao

\o/

aeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

=)

Mário Monteiro disse...

se eu tivesse mulher e filho para embarcar meu pensamento seria: se eles querem que embarquem depressa é porque é grave. e pronto!