quarta-feira, novembro 16, 2005

RMS OLYMPIC por Violet Jessop

Britannic e Olympic Homenagem de Scott Colbert
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RMS OLYMPIC
por Violet Jessop
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Para nós, aquilo que sempre almejamos, pensando em melhores condições de trabalho, era a perspectiva de um novo navio. No mar, constantemente, surgiam rumores e exageros sobre este assunto, na busca por novas oportunidades. Chegou o grande dia, finalmente, quando o Olympic se tomou uma realidade: "o maior e o melhor" navio a ostentar a bandeira inglesa. A data em questão era junho de 1911. A tripulação, escolhida a dedo dentre todos os navios da empresa, reunindo-se no primeiro dia da viagem, orgulhosamente tentava, sem sucesso, demonstrar indiferença.
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Era tudo aquilo com o que havíamos sonhado e tive a sensação de que seria um bom navio, mais aconchegante e humano do que os outros. Este é o motivo por que temos navios felizes, enquanto outros apresentam um clima depressivo.
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O Olympic foi projetado por uma das mais finas e bondosas pessoas que tive a oportunidade de conhecer, Tommy Andrews, projetista da empresa naval Harland and Wolff de Belfast. Era amado e respeitado por todos, como "cavalheiro", do lavador de pratos ao velho capitão.
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Britannic Homenagem de Remco Hillen

Penso, às vezes, que chegou a dividir parte da sua personalidade generosa com o navio, que projetou de forma admirável. Durante a primeira viagem, o grupo de trabalho, especialmente o departamento de abastecimento, teve a chance de agradecer-lhe pessoalmente. Oferecemos uma bengala como presente, pois ele sofria o martírio de veias varicosas, adquiridas por anos seguidos de andanças nas docas, inspecionando os navios da empresa. Queríamos agradecer-lhe pelo interesse em conseguir, para todo o grupo de comissários, melhores acomodações, um ponto de importância secundária para os donos das empresas marítimas. Assim, o Olympic foi o primeiro vapor a ter banheiros individuais para os comissários, embora o segundo comissário tenha transformado o seu num depósito, forçando os homens a voltarem eventualmente para os inevitáveis baldes como descargas.
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Quando um novo vapor faz suas primeiras viagens, os maiores em especial, a tripulação sofre um processo de adaptação que está, de alguma forma, relacionado com a educação. Muitas vezes isso provoca algum desgosto. Entretanto, todos reconhecem que não estão sozinhos em sua ignorância ou confusão, para se localizar dentro dos novos ambientes; noventa e oito porcento dos passageiros procuram o mesmo nível de serviço que recebiam em um navio antigo.


Manuscritos de Violet Jessop, tripulante sobrevivente dos naufrágios do Titanic e Britannic e tripulante presente no acidente do Olympic com o Hawke
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Sobrevivente do Titanic, Ed. Brasil Tropical, págs. 138-139. Introdução, Edição e Comentários John Maxtone-Graham

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Alencar...
Fantásttico o post...Parabéns,e
obrigada pelas visitas...
BEIJOS